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segunda-feira, 25 de abril de 2011

SER ÍNDIO - De: Taquari - ( Indio Pataxó )


Ser índio é matar um leão todos os dias.
Ser índio é ser alvo de crítica e preconceito e nem por isso desistir de seus objetivos.
Ser índio é ser chamado de bravo e agressor, quando na verdade só se está tentando defender seu território e sua vida.
Ser índio é ser considerado como bicho, animal sem alma, quando na verdade esse é um discurso falacioso para respaldar toda agressão e extermínio dos nativos e impregnar uma nova religião, uma nova cultura e mudança de vida.
Ser índio é ser visto sempre como alguém que pode ser objeto de exploração e nunca como parceiro.
Ser índio é ser taxado de preguiçoso, não pelo fato de ser, mas sim por não aceitar a escravidão e nem querer ter um chefe branco que invade a nossa terra e quer dizer como devemos conduzir nossas vidas.
Ser índio é dá grande contribuição na formação de um país e mesmo sim não ser lembrado e nem reconhecido os seus feitos.
Ser índio é ser classificado de selvagem e deve viver sempre na mata, o fato é que se quer impedir que conheça seus direitos e assim possa se defender.
Ser índio é não ser ouvido e nem ser consultado, embora se tenha muito a dizer e a ensinar..
Ser índio é visto como parte do passado ou que estar em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento dessa população.
Ser índio é ser guerreiro, persistente e nunca desistir, é lutar sempre, e a cada dia descobrir uma nova estratégia de sobrevivência.

POSTAGEM ORIGINAL NO http://eduardavieira.tumblr.com/page/2 CONFIRA LA 

Texto: Ser Índio
De: Taquari Pataxó
Texto: Ser Índio
De: Taquari Pataxó
Ser índio é matar um leão todos os dias.

Ser índio é matar um leão todos os dias.
Ser índio é ser alvo de crítica e preconceito e nem por isso desistir de seus objetivos.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser alvo de crítica e preconceito e nem por isso desistir de seus objetivos.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser chamado de bravo e agressor, quando na verdade só se está tentando defender seu território e sua vida.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser chamado de bravo e agressor, quando na verdade só se está tentando defender seu território e sua vida.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser considerado como bicho, animal sem alma, quando na verdade esse é um discurso falacioso para respaldar toda agressão e extermínio dos nativos e impregnar uma nova religião, uma nova cultura e mudança de vida.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser considerado como bicho, animal sem alma, quando na verdade esse é um discurso falacioso para respaldar toda agressão e extermínio dos nativos e impregnar uma nova religião, uma nova cultura e mudança de vida.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser visto sempre como alguém que pode ser objeto de exploração e nunca como parceiro.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser visto sempre como alguém que pode ser objeto de exploração e nunca como parceiro.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser taxado de preguiçoso, não pelo fato de ser, mas sim por não aceitar a escravidão e nem querer ter um chefe branco que invade a nossa terra e quer dizer como devemos conduzir nossas vidas.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser taxado de preguiçoso, não pelo fato de ser, mas sim por não aceitar a escravidão e nem querer ter um chefe branco que invade a nossa terra e quer dizer como devemos conduzir nossas vidas.
Taquari Pataxó
Ser índio é dá grande contribuição na formação de um país e mesmo sim não ser lembrado e nem reconhecido os seus feitos.
Taquari Pataxó
Ser índio é dá grande contribuição na formação de um país e mesmo sim não ser lembrado e nem reconhecido os seus feitos.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser classificado de selvagem e por isso deve viver sempre na mata, o fato é que se quer impedir que conheça seus direitos e assim possa se defender.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser classificado de selvagem e por isso deve viver sempre na mata, o fato é que se quer impedir que conheça seus direitos e assim possa se defender.
Taquari Pataxó
Ser índio é não ser ouvido e nem ser consultado, embora se tenha muito a dizer e a ensinar..
Taquari Pataxó
Ser índio é não ser ouvido e nem ser consultado, embora se tenha muito a dizer e a ensinar..
Taquari Pataxó
Ser índio é ser visto como parte do passado ou que estar em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento dessa população.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser visto como parte do passado ou que estar em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento dessa população.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser guerreiro, persistente e nunca desistir, é lutar sempre, e a cada dia descobrir uma nova estratégia de sobrevivência.
Taquari Pataxó
Ser índio é ser guerreiro, persistente e nunca desistir, é lutar sempre, e a cada dia descobrir uma nova estratégia de sobrevivência.
Taquari Pataxó

domingo, 24 de abril de 2011

INDIO KANELA

RAMKOKAMEKRÁ,OS KANELAS

A principal aldeia ramkokamekrá, Escalvado, é conhecida pelos sertanejos e moradores de Barra do Corda como Aldeia do Ponto e localiza-se em torno de 70 km a sul-sudeste dessa cidade, no estado do Maranhão. A Terra Indígena Canela hoje está homologada e registrada. Até recentemente, essas terras de cerrado, florestas-galeria e pequenas chapadas ficavam no município de Barra do Corda, mas agora localizam-se no novo município de Fernando Falcão, que se estruturou a partir do crescimento da antiga vila Jenipapo dos Resplandes. O limite sul da Terra Indígena fica em grande parte delimitado pela serra das Alpercatas. O rio Corda corre fora da TI, afastado 20 Km, ao longo do limite noroeste.
Os Canela são notáveis pelo valor que dão à paz interna no grupo. Palavras de raiva não devem ser expressas no pátio central da aldeia, onde os homens mais velhos se reúnem duas vezes ao dia para resolver problemas e fruir da sociabilidade. Se ali as desavenças internas às famílias extensas não são colocadas, elas serão debatidas e resolvidas em alguma das grandes casas dispostas no círculo da aldeia, onde os tios do queixoso e do acusado agem como representantes de seus sobrinhos ou sobrinhas. Líderes da aldeia e a maior parte dos indivíduos evitam tornar públicas questões contenciosas. Os cilindros auriculares usados pelos homens eram tidos com realçadores da audição e, por conseguinte, de obediência.
Diferentemente dos Ramkokamekrá, que tinham um chefe principal (exceto durante a cisão entre 1957 e 1963), os Apanyekrá tinham três chefes durante os anos 1950 e 1960. Um comandava as situações cotidianas com muita eficiência, mas não poderia ser o chefe principal porque, diziam, era de descendência Kenketeye. Menos eficiente como coordenador de atividades, porém mais prestigiado, era o diretor dos rituais, um grande líder de canto e dança de maracá e um prodigioso contador de histórias. Já o chefe mais velho era o principal interlocutor com o SPI em Barra do Corda e fazia viagens mensais para lá para obter um insignificante salário
As colheitas tradicionais canela incluíam amendoim, milho, batata-doce, inhame, abóbora, feijão-de-corda (Phaselous sp.), mandioca-brava (wayput-re), macaxeira, algodão, cabaças e outros produtos. Os gêneros mais comuns hoje - a mandioca, arroz e feijão - foram adotados depois do contato com a sociedade nacional, bem como banana, laranja, manga, melancia, abacaxi, mamão, tabaco, cana-de-açúcar e outros itens
As maiores expressões da arte canela são as formas musicais e as danças acompanhadas de cantos. O ciclo diário dos Canela inclui três períodos de danças cantadas, que vão das 2:30 às 5:30 da manhã, aproximadamente; das cinco às seis da tarde e das sete às dez horas da noite. O tempo gasto nas danças e cantos, de mais de um quarto do dia, demonstra a ênfase dada a essa manifestação de arte, embora raramente a mesma pessoa complete a rodada inteira de sete horas. Esse ciclo ocorre unicamente quando os Canela estão reunidos e vivendo na aldeia principal, e não dispersos pelas aldeias de roça ou exercendo as parcerias com moradores vizinhos
Os Canela costumavam fazer aproximadamente 150 tipos de artefatos, a maioria adornos corporais masculinos, muitos deles feitos especialmente para serem usados em determinados papéis cerimoniais. Os materiais usados provinham principalmente das folhas das palmeiras buriti e inajá, assim como da minúscula palmeira tucum. Os homens esculpiam cuidadosamente as pontas de bastões e lanças feitos de pau-brasil, usados antigamente para a guerra, geralmente enfeitados com penas de papagaio, arara e outras aves. Vários tipos de cabaças eram usadas como utensílios; a maioria, porém, têm sido substituída por mercadorias da cidade. Eles faziam diversos tipos de esteiras e cestos, mas não tinham cerâmica.
Os Canela praticam freqüentemente, com atitude competitiva moderada, uma corrida com pesadas toras de até 120 quilos, a distâncias de até 10 quilômetros. Eles também praticam curtas corridas rasas e outras mais longas de até mil metros.
a tradição canela, depois da morte a alma vai para uma aldeia de almas em algum local a oeste, onde vive em ondições similares à vida em uma aldeia, exceto porque as coisas são amenas e menos agradáveis. Por exemplo, a comida tem menos sabor, a água é morna mas não fria e o sexo menos prazeroso. Depois de certo tempo, os espíritos tornam-se animais de caça, em seguida animais menores e, mais tarde, algo como um mosquito ou um toco de árvore. Finalmente, a entidade deixa de existir.

Almas que ainda estão sob a forma humana podem ser contatadas por xamãs. Mas se porventura alguém mantiver contato com elas ficará seriamente doente ou mesmo morrerá. Os Canela acreditam que se violarem determinadas regras, tais como ir ao mato durante a noite ou apanhar água do riacho depois do anoitecer, as almas podem pegá-los. De qualquer forma, as almas trazem prejuízos aos homens, e apenas os xamãs podem descobri-las.

Acredita-se que, tempos atrás, poderosos xamãs tinham extraordinário poder sobrenatural, essencialmente os de omnisciência - o conhecimento e a antevisão de tudo. Isso, no entanto, só era possível mediante a ajuda das almas (os recém-mortos), que em sua maioria foram grandes xamãs enquanto vivos. Os bons xamãs convocam uma alma que lhes diz tudo o que precisam saber. Por exemplo, se falece o recém-nascido de uma mulher, o xamã é capaz de dizer porque isto aconteceu, o que costuma ser atribuído à ingestão de alimentos "carregados" e, conseqüentemente, poluídos. Algumas almas teriam visto e contado a outros, que, por sua vez, reportariam o fato ao xamã interessado. O diagnóstico do xamã é definitivo, mesmo que a mãe tenha uma outra versão. A decisão dele jamais é contestada.
Os Canela acreditam que a poluição penetra pelo corpo através da ingestão de caldos de carne e por meio do contato dos fluídos sexuais. Tais poluições não afetam uma pessoa saudável, porém enfraquece os poderes de um guerreiro, caçador, corredor ou xamã. No entanto, se um indivíduo está doente, ou fraco, como é caso de um bebê, poluições comuns podem torná-lo mais doente, ou até mesmo matá-lo. Os Canela acreditam que o sangue dos pais, irmãos uterinos e filhos de um indivíduo é muito parecido com o seu próprio. Assim, essa família nuclear está tão inter-conectada que a poluição de um de seus membros poder afetar os outros. Se eles já estão em situação mais vulnerável, essas poluições suplementares podem adoecer ou matar o indivíduo. Quando, então, uma pessoa tem um dos integrantes de sua família nuclear adoecida, ela precisa submeter-se a restrições alimentares e sexuais para ajudar na recuperação do doente.
Em resumo, os Canela possuíam, tradicionalmente, diversas formas - sobrenaturais, naturais e humanas - para fortalecer suas condições de vida. Primeiro, os xamãs podem comunicar-se com almas quando necessitam de informações e poderes. Segundo, uma fonte de força em geral provém do canto de determinada canção mediante festivais particulares. Terceiro, um Canela pode manter restrições alimentares e sexuais para manter a poluição afastada do seu corpo e, assim, alcançar determinadas capacidades. Quarto, também é possível cheirar certas infusões para aumentar as habilidades de caçador e melhorar as condições de saúde em geral
Os Canela já tiveram mais de cem mitos, mas hoje eles não acreditam plenamente neles. Uma das principais figuras mitológicas entre ambos os grupos é Awkhêê, que tinha poderes sobrenaturais e, quando desejava, transformava-se em animais ou outras formas, assustando seus tios, os quais, então, tiveram de matá-lo. Embora esses acreditassem tê-lo queimado em uma fogueira, ele sobreviveu na forma de cinza. De volta à forma de ser humano, seja como Awkhêê ou como Dom Pedro II, o Imperador do Brasil, ele intimou os Canela a escolher entre seu mundo, representado pelo arco e a flecha, e o mundo dos brancos civilizados, representado por uma arma de fogo
Os Canela escolheram o arco e a flecha e, por conseguinte, uma posição subordinada no mundo dos brancos. Assim, os sertanejos passaram a ter de ajudar os Canela e lhes dar tudo de graça. Em troca, os Canela devem respeito, deferência e obediência aos brancos.

por 


GUAIBIPARA

publicado no blog descendência indígena