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domingo, 17 de julho de 2011

Rituais Indígenas




Uma grande parte dos rituais realizados pelos diversos grupos indígenas do Brasil pode ser classificada como ritos de passagem. Os ritos de passagem são as cerimônias que marcam a mudança de um indivíduo ou de um grupo de uma situação social para outra. Como exemplo, podemos citar aqueles relacionados à mudança das estações, aos ritos de iniciação, aos ritos matrimoniais, aos funerais e outros, como a gestação e o nascimento.
Entre os Tupinambá - grupo indígena extinto que habitava a maior parte da faixa litorânea que ia da foz do rio Amazonas à ilha de Cananéia, no litoral paulista-, quando nascia uma criança do sexo masculino, o pai levantava-se do chão e cortava-lhe o umbigo com os dentes. A seguir, a criança era banhada no rio, após o que o pai lhe achatava o nariz com o polegar. Em seguida, a criança era colocada numa pequena rede, onde eram amarradas unhas de onça ou de uma determinada ave de rapina. Colocavam-se, ainda, penas da cauda e das asas dessa ave e, também, um pequeno arco e algumas flechas, para que a criança se tornasse valente e disposta a guerrear os inimigos.

O pai, durante três dias, não comia carne, peixe ou sal, alimentando-se apenas de certo tipo de farinha. Não fazia, também, nenhum trabalho até que o umbigo da criança caísse, para que ele, a mãe e a criança não tivessem cólicas. Três vezes por dia punha os pés no ventre da esposa. Nesses dias, o pai fazia pequenas arapucas e nelas fazia a tipóia de carregar a criança; tomava, também, o pequeno arco e as flechas e atirava sobre a tipóia, pescando-a depois com o anzol, como se fosse um peixe. Assim, no futuro, a criança caçaria ou pescaria. Quando o umbigo caía, o pai partia-o em pedacinhos e pregava-os em todos os pilares da oca, a fim de que o filho fosse, no futuro, um bom chefe de família. O pai também colocava aos pés da criança um molho de palha, que simbolizava os inimigos. Quando todas essas práticas tinham sido realizadas, a aldeia por inteiro se entregava às comemorações. Nesses dias, era escolhido um nome para o recém-nascido.
Através desse rito de incorporação, o pai assumia a paternidade e se reconhecia ao recém-nascido, um lugar na sociedade Tupinambá, como homem ou mulher.
Cabe destacar que nesses rituais ligados à gestação e ao nascimento não só a criança, como também seus pais, eram submetidos ao ritual de passagem. O reconhecimento da gravidez da mulher punha o pai e a mãe num estado de cuidados especiais, separando-os, de certo modo, pela maneira de se comportar, dos demais habitantes da aldeia. Ficavam, assim, segregados até que a criança nascesse e os ritos de sua incorporação fossem realizados, momento em que eles eram reintegrados à vida normal, desempenhando um novo papel social: pai e mãe de um novo membro da sociedade.
Bibliografia
Melatti, Julio Cesar. Índios do Brasil. Hucitec, 1980.
Maestri, Mário. Os senhores do litoral. Editora da Universidade/UFRGS, 1994



Haverá manifestação no Masp Paulista nos dias 17/07 e 31/07 Apareçam Não ao BELO MONTE!!! vamos salvar a amazônia da destruição..


 
Natureza é uma designação genérica para o conjunto de coisas existentes e não criadas pelo homem.
Progressivamente, o homem substituiu seu meio natural por outro, produto de seu trabalho e de sua inteligência. Esse mundo artificial em alguns casos o afastou de tal maneira do mundo natural que fez com que o homem perdesse o sentido de seu verdadeiro lugar. Por isso, muitas vezes o homem intervém cegamente nos delicados sistemas naturais, nos quais tudo está inter-relacionado, e provoca graves alterações de equilíbrio.
Por causa da radicalização da ação do homem sobre a natureza, surgem iniciativas da qual a mais antiga é o conservacionismo que é a luta pela conservação do ambiente natural ou de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades humanas, trabalho esse hoje desempenhado pela entidade Internacional de defesa do meio ambiente o Greenpeace.

  Como cidadão brasileiro e consumidor, solicito que a Presidência da República garanta o fortalecimento institucional e operacional do IBAMA, viabilizando o bom funcionamento do órgão que é responsável por ordenar o uso dos recursos florestais, bem como monitorar e proteger estes recursos. Só assim poderemos deter o verdadeiro assalto que está sendo empreendido ao maior patrimônio ambiental brasileiro.


      *   Não podemos deixar esses homens destruir uma coisa que não foi eles que plantaram  !!!! 


.       PEÇO A COLABORAÇÃO DE TODOS VOCÊS =)


VAMOS LÁ , AJUDEM PESSOAL , A AMAZÔNIA NÃO PODE SER DESTRUÍDA !!!


POVO Amanayé


Histórico do contato
Os Amanayé foram mencionados pela primeira vez na região que constitui, provavelmente, a área de origem deste povo Tupi: o Rio Pindaré. Ali, resistiram por muito tempo às tentativas de aldeamento, quando, em 1755, fizeram um acordo com o Padre David Fay, missionário jesuíta entre os Guajajara da aldeia de São Francisco do Carará. Fay “conseguiu praticar os Amanaios e que se descessem e aldeassem”, junto aos Guajajara, seus tradicionais inimigos.
Pouco depois, uma boa parte do grupo mudou-se pacificamente para o Rio Alpercatas, na fronteira do Maranhão com o Piauí, estabelecendo-se perto da Aldeia Santo Antônio. Por volta de 1815, havia apenas 20 remanescentes deste grupo, misturados com negros. Outros Amanayé do Alpercatas continuaram sua migração através do Rio Parnaíba, alcançando o Piauí em 1763, não havendo notícias do que lhes ocorreu depois.
Na segunda metade do século XIX, os Amanayé dos rios Pindaré e Gurupi se situavam na área de influência das “Diretorias Parciais”, onde foram visitados pelo viajante Gustavo Dodt. As “Diretorias Parciais” foram criadas pelo Regimento de 1845 e visavam limitar os abusos praticados por regatões; na prática, porém, essas administrações locais aumentaram a sujeição dos índios, utilizados como mão-de-obra “dócil” e barata. Os aldeamentos do “Diretório”, devido à uma administração caótica, tiveram curta duração (até 1889).
Onde estão os Amanayé?
Os Amanayé estão distribuídos na região do médio rio Capim, onde se localizam as Terras Indígenas Saraua e Barreirinha. A área tradicionalmente ocupada por estes índios situa-se no alto Capim, entre os igarapés Ararandeua e Surubiju, onde foi criada, em 1945, a “Reserva Amanayé”. No entanto, os Amanayé encontram-se fora dessa área.
Encravados no território dos Tembé, os Amanayé estavam, nesse período, divididos entre três aldeias, na margem do Rio Caju-Apará, formador do Rio Gurupi; muito menos numerosos que os Tembé, sua população foi estimada entre 300 e 400 pessoas. Ali “têm muitas relações com a população civilizada, por intermédio dos regatões que os procuram por causa do óleo de copaíba, casca de cravo, rama de abuta e de algum breu”.
Na mesma época, outros Amanayé são mencionados no Rio Moju, onde também encontraram índios Tembé que migravam em direção ao Pará. A partir desse momento não se tem mais informações sobre os Amanayé do Maranhão. Instalados na região dos Rios Moju e Capim, esses índios enfrentaram aldeamento compulsório, extorsões praticadas por regatões e conflitos com fazendeiros. Foram aldeados na Missão Anauéra ou São Fidelis, no Capim. Por serem considerados mais “rebeldes”, missionários atribuiram-lhes um local separado dos Tembé e dos Turiwara.
Em 1873, os Amanayé mataram o missionário da Aldeia, Cândido de Heremence, e um engenheiro belga que transitava na região. As represálias contra os índios levaram uma parte do grupo a se refugiar no Igarapé Ararandeua, onde evitavam o contato com regionais. Segundo Nimuendajú, esses Amanayé passaram então a se identificar como Ararandeuara ou como Turiwara, para dissimular sua identidade.
Quanto aos Amanayé que permaneceram na Missão, passaram a viver sob a administração de uma Diretoria Parcial de Índios, no mesmo local. Ali, continuavam em conflito com povos vizinhos e, em 1880, os Amanayé mataram um grupo de índios Tembé e Turiwara, considerados os “índios mansos” daquela área. Essa ocorrência motivou o Presidente da Província do Pará a providenciar “armas e munições para que esses índios mansos se possam defender dos ataques dos Amanyé. Após esses conflitos, supõe-se que os Amanayé se isolaram definitivamente dos Tembé e dos Turiwara, migrando para as cabeceiras do Rio Capim. A partir do final do século XIX, notícias do grupo aparecem somente através de registros de alguns etnólogos que visitaram rapidamente a região e através de vistorias, também rápidas, do SPI.
No final do século XIX, um pequeno grupo formado por índios Amanayé e Anambé, sobreviventes de uma epidemia nas aldeias do Arapari, se encontrava perto das últimas cachoeiras do Rio Tocantins. A maior parte do grupo, entretanto, teria permanecido no Rio Capim, onde o inspetor Luiz Horta Barbosa, logo após a criação do SPI (em 1910), realizou uma expedição. Encontrou um grupo Amanayé liderado por uma mulata chamada Damásia, no Igarapé Ararandeua. Damásia teria assumido a chefia do grupo ainda no final do século XIX e é mencionada como representante do grupo até a década de 1930. Nessa data, os Amanayé do Ararandeua eram aproximadamente 300 pessoas, distribuídas entre quatro aldeias. Nessa mesma área teria ocorrido, em 1941, um ataque, conforme um documento do SPI: índios “Amanajas” ainda não pacificados da região dos rios Surubiju e Carandiru, teriam atacado índios do Capim; segundo os Anambé, os índios arredios seriam cerca de 200 e já tinham aparecido no Igarapé Pimental, afluente do Rio Gurupi. O documento comenta então a necessidade de criação de um Posto Indígena na região.

A criação da Reserva Amanayé, em 1945, destinava-se, supostamente, a esse grupo de 200 Amanayé “não pacificados”, cujos remanescentes constituem, provavelmente, a atual população indígena do alto Capim. Quanto ao grupo de Damásia, a última informação data de 1942, mencionando 17 remanescentes, liderados pelo filho dela e “na maioria mestiços”. Na ocasião, esses Amanayé comentaram sobre o grupo arredio do Garrafão, afluente esquerdo do Ararandeua.
Finalmente, os Amanayé instalados na região do Rio Moju se identificavam como Ararandeuara, conforme Lange. Este viajante publicou, em 1914, a única descrição etnográfica existente sobre o povo Amanayé.
Nimuendajú, em 1926, encontrou um grupo local com a mesma autodenominação, na localidade de Munduruku, próxima do. Os índios do Rio Cairari, também visitados por Nimuendajú, em 1943, foram por ele identificados como Amanayé e Turiwara, mas seriam, na realidade, um subgrupo Anambé.
Na década de 1950 os Amanayé continuavam ocupando as margens do Rio Candiru-Açu, dentro da Reserva. Foram ali visitados pelo sertanista João E. Carvalho, que trabalhava na época na Frente de Pacificação dos Urubu-Kaapor do SPI. Em 1976, havia pelo menos 10 remanescentes do grupo dispersos na Reserva, entre os rios Ararandeua e Surubiju.